Por Karina dos Santos Galego Pessoa
Slow fashion X Fast fashion
Consumo para estar na moda ou consumo consciente?
A indústria da moda incentiva o consumo por meio das coleções sazonais, ou seja, estações que refletem as tendências da moda que se alternam a cada seis meses, mas que nos dias de hoje são praticadas semanalmente, como o exemplo das grandes redes Zara, H&M, C&A, Renner, Riachuelo etc.
O fast fashion surge do movimento da “moda rápida”, em que o consumidor busca se inteirar sobre as tendências, sobre os produtos que possam ter ou não baixa qualidade e durabilidade, mas o importante é estar bem com o mundo no qual vivemos, gerando mais lucratividade para as empresas que aderiram a esse movimento e desencadeando o consumo desenfreado.
Empresas que se utilizam desses processos agridem a natureza e até mesmo, em alguns casos, faltam com a responsabilidade com o trabalhador, ou seja, utilizando o trabalho escravo.
Já o slow fashion* vem do movimento “moda lenta” e “verde”, ou seja, um consumidor mais consciente que pensa antes de comprar, que preserva produtos de qualidade e durabilidade, com fibras sustentáveis que podem ser descartadas no meio ambiente com mais consciência, como exemplo dos processos de reciclagem.
A moda sustentável utiliza-se de produtos com matérias-primas naturais ou com misturas de fibras recicladas, processos responsáveis e customizados que prezam muitas vezes a mão de obra de pequenas famílias locais de certas regiões.
Mas, acima de tudo, essas empresas querem criar uma mentalidade ou o comprometimento de seu consumidor de que ele pode estar na moda em todas as estações com produtos com um ciclo de vida maior, qualidade e durabilidade.
Vamos na contramão da moda ou nos tornarmos conscientes das questões dos produtos que consumimos? É um dilema que assusta muitas empresas, pois a lucratividade é a sobrevivência de muitas, enquanto a responsabilidade ambiental e social é o diferencial de outras.
Como conviver neste mundo de mudanças desafiadoras, ser competitivo e ainda ter um diferencial?
A escolha fica para cada um de nós entre continuar na “loucura” do fast fashion e se integrar a um mundo da moda que se altera a cada segundo, ou pensar no futuro, em manter um ambiente sustentável e responsável com as questões da natureza e do ser humano. Fica a dica!
Karina dos Santos Galego Pessoa é engenheira têxtil formada pela FEI, especialista em administração industrial pela Poli/USP e mestranda em têxtil e moda na EACH-USP, coordenadora do curso de tecnologia em design de moda da Universidade Uniban/Anhanguera e consultora técnica nas áreas têxtil e do vestuário da Escola Senai Eng. Adriano José Marchini.
Ilustração: Gilberto Fernandes/Arte Mais Comunicação
Fonte: Revista Costura Perfeita - edição: 69
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